Compramos um Zoológico (We Bought a Zoo, 2011) de Cameron Crowe
Cameron Crowe sempre me emociona. E com Compramos um Zoológico (We Bought a Zoo, 2011) o roteirista e diretor conseguiu de novo.
Preparado para uma aventura exótica?
Baseado na vida de um jornalista, que depois de viúvo decidiu mudar de vida e acabou comprando um zoológico, a dramédia (com toques românticos) é uma ode à boa vontade, ao amor de fazer o seu máximo e viver o melhor possível com o que a vida lhe oferece.
“E assim nossa aventura começa” (Maggie Elizabeth Jones)
Que tal tentar recomeçar e deixar o sol entrar? É o que Matt Damon o faz ao assumir o zoológico com muito funcionário esquisitos, animais (uns em extinção, outros selvagens e alguns selvagens e em extinção) e uma penca de problemas. E se ele quiser mesmo reabri-lo uma inspeção minuciosa vem por aí, cortesia do inspetor (e chato de plantão) interpretado por John Michael Higgins.
“Porquê comprou esse lugar? (Scarlett Johansson)
E nos vemos no meio de uma autêntica experiência com as melhores companhias. O pai dedicado (viúvo e desejado pelas mamães), a filha mais fofa do mundo (Maggie Elizabeth Jones, palmas para você), o irmão que dá conselhos (Thomas Hadden Church) E Scarlett Johansson como a tratadora chefe, simplesmente ao natural, sem glamour e encharcada de uma bela sinceridade.
“Porque não?” (Matt Damon)
Nas situações há um belo (e bem trabalhado) amor juvenil (entre a carismática Elle Fanning e o enjoado Colin Ford), frases e diálogos preciosos (“A felicidade está muito alta”; “O segredo para conversar é ouvir”; “Pegue o espírito. E coloque no seu coração”) e um novo significado para a resposta mais simples do mundo: “Porque não?”. Tudo com uma trilha incidental envolvente e uma divina seleção de músicas. Então, curta a viagem, ou uma aventura pessoal.
“Eu gosto de animais. Mas eu amo os humanos.” (Thomas Hadden Church)
O tom não é de tristeza e sim superação, e sua narrativa o faz com muita sinceridade. Crowe conduz tão bem a trama que até a história de como Damon ficou viúvo é tratada aos poucos, com sutileza e sem apelação dramática. E como se trata de um filme com animais, há ainda a (boa) utilização das conversas dos humanos com os animais – e o grito com o tigre.
“20 segundos de coragem bastam” (Matt Damon)
O emocionante Compramos um Zoológico ainda faz mais e comprova (sentimentalmente) que na vida se você fizer as coisas pelas razões certas, você vence ou 20 segundos de coragem bastam para ser feliz. Cameron Crowe mais uma vez planta o otimismo (e divertido) tom como certa vez o fizeram Frank Capra e Billy Wilder.
OBS.: E se você não entendeu nada das frases aspadas entre os parágrafos, assista o filme e entenda porquê “ano que vem planejam adquirir girafas”.
NOTA: 9,0
INFORMAÇÕES ESPECIAIS:
Cameron Crowe venceu o Oscar de roteiro original, Globo de Ouro de filme (comédia ou musical) por Quase Famosos (2001), indicado ao Globo de Ouro de roteiro; Indicado ao Oscar de filme e roteiro original por Jerry Maguire (1996); Escreveu e dirigiu Digam O Que Quiserem (1989); Vida de Solteiro (1992); Vanilla Sky (2001); Tudo Acontece em Elizabethtown (2005); Escreveu Vida Selvagem (1984) e Picardias Estudantis (1982); Dirigiu o documentário musical PJ20 – Pearl Jam 20 (2011);