Bruce Springsteen é tema central do drama “Springsteen: Salve-Me do Desconhecido” (Springsteen: Deliver Me from Nowhere, 2025) de Scott Copper, uma biografia do cantor e compositor americano que foca numa parte específica da sua vida e carreira.

A obra cinematográfica reconstrói detalhes que moldaram sua carreira, incluindo o fator psicológico e seus medos interiores, ao mesmo tempo em que também não perde de vista seus traumas do passado. Mais especificamente o pesado embate com seu pai, alcóolatra e violento, pintando esses momentos em P&B, para dividir bem do “presente” retratado.
Partindo da relação entre o próprio “The Boss”, alcunha do artista, com o Cinema, vamos listar as principais contribuições dele na Sétima Arte. De cara, já podemos falar que, suas músicas já apareceram em 408 oportunidades, sejam compondo cena em filmes (de cinema ou de televisão/streaming), episódios de séries de TV, minisséries, programas, realities shows e especiais de TV, além de desenhos animados.
Como curiosidade, “Tougher Than the Rest” está presente na Série de TV, The Bear/O Urso (2022~), estrelado por Jeremy Allen White, o mesmo que não só interpreta Springsteen na tela, mas também canta e toca gaita em cena.
Sendo mais apurado, Bruce Springsteen compôs várias canções originais para o Cinema, tendo “Streets of Philadelphia” (Filadélfia, 1993) a de maior sucesso, inclusive dando ao compositor o Oscar e Globo de Ouro de Música Original. The Boss voltou a vencer o Globo de Ouro na mesma categoria, com a canção-título de O Lutador (2009), “The Wrestler”.
Ganhou uma nova indicação ao Oscar com a canção-tema “Dead Man Walkin” em Os Últimos Passos de um Homem (1995). Já no Globo de Ouro, foi nomeado novamente com “Addicted to Romance” (assinado em parceria com Patti Scialfa), por Viciados em Amor (2023).
Escreveu e interpretou também “Lift Me Up” em Limbo (1999), e “Secret Garden” no sucesso de bilheteria Jerry Maguire – A Grande Virada (1996). Ganhou um MTV Movie Award por melhor participação especial em Alta Fidelidade (High Fidelity, 2000), a comédia romântica que se passa numa loja de discos, e mesmo por isso, recheada de suas músicas.
Apesar de não terem sido escritas para Marcas do Destino (Mask, 1985), o drama estrelado por Cher e Eric Stoltz utiliza durante o longa seis canções: “Badlands”, “Thunder Road”, “The Promised Land”, “The River”, “Born in the U.S.A.”, “Racing in the Streets”.
Na cinebio de 2025, há uma história que é ventilada, mas que não fica exatamente esclarecida no filme, e envolve Bruce Springsteen e Paul Schrader, roteirista de Taxi Driver (1976). Em 1981, Schrader escreveu um roteiro para um filme sobre dois irmãos músicos e o intitulou provisoriamente de “Born in the U.S.A.”.
Na época, Schrader enviou o roteiro para o empresário de Springsteen, Jon Landau, na esperança de que o cantor e compositor pudesse estrelar o filme, ou mesmo contribuir com músicas para sua trilha sonora.
O astro não demonstrou interesse em atuar, mas gostou do título, e o “pegou emprestado” ao usou para uma música que já estava escrevendo sobre veteranos do Vietnã. O resultado é que a canção “Born in the U.S.A.” (que por sinal, é um dos pontos altos de Springsteen: Salve-Me do Desconhecido, 2025), que se tornou faixa-título e grande hit de seu álbum de 1984.
E quando ao filme escrito e dirigido por Paul Schrader? Bem, devido ao sucesso da música de Springsteen, o cineasta decidiu renomear seu filme para Light of Day (no Brasil, Luz da Fama, 1987), estrelado por Michael J. Fox e a cantora Joan Jett. Para o filme, Bruce Springsteen escreveu a canção-tema “Light of Day”, mas foi interpretada pela banda fictícia The Barbusters, com Joan Jett nos vocais. O próprio Springsteen gravou a música logo após o lançamento do filme e, posteriormente, a incluiu em seus shows, tornando-a presença constante em seu repertório.
Para finalizar o tópico, a famosa fala improvisada de Robert De Niro em Taxi Driver (1976) — “You talkin’ to me?” (“Está falando comigo?”) — foi inspirada em um show de Springsteen que o ator assistiu na época, no qual o cantor fez uma pergunta semelhante ao público.























