Quarteto Fantástico – Primeiros Passos (The Fantastic Four: First Steps, 2025) de Matt Shakman
Não é exagero dizer que esse novo Quarteto Fantástico é o primeiro filme realmente bom da Marvel em alguns anos de um cinema “mais do mesmo”, e acredito que bom de verdade. Tem aqui um coração que bate, um pulso criativo.
A história principal, baseado nos famosos quadrinhos lançados em 1961 por Stan Lee e Jack Kirby pela Marvel, acompanha um grupo de astronautas que passa por uma tempestade de raios cósmicos durante seu voo experimental. Ao retornar à Terra, os tripulantes descobrem que possuem novas e bizarras habilidades. Ao tentar compreender seus poderes, eles terão que lidar com novas ameaças que testam seus verdadeiros poderes.
O que mais impressiona é a segurança com que o filme abraça o seu próprio estilo. O retrofuturismo não é enfeite, é identidade. Tem coerência estética, da arquitetura ao figurino, e essa construção de mundo dá uma personalidade única ao filme. No elenco, Pedro Pascal dá vida ao líder, Reed Richards/Homem Elástico, ao lado de Vanessa Kirby (Sue Storm/Mulher Invisível). Completando a equipe, Ebon Moss-Bachrach dá vida ao Coisa/Dr. Ben Grimm e Joseph Quinn como o flamejante Johnny Storm/Tocha Humana.
Mas quem rouba a cena mesmo é a Surfista Prateada/Shalla-Bal (Julia Garner). Imponente, misteriosa, uma ameaça real e com função dramática dentro da trama. O roteiro sabe como usá-la e isso eleva todas as cenas que ela aparece. O mesmo vale para o Galactus (Ralph Ineson), cuja presença tem peso e propósito.

E depois de outras adaptações frustradas – Quarteto Fantástico (1994), sem a gestão da Marvel; Quarteto Fantástico (2005) e Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (2007), ambos mera sessões da tarde esquecíveis; e a mais problemática, Quarteto Fantástico (2015), uma guerra criativa perdida pelo diretor ao estúdio, – o mais importante é que esse novo Quarteto Fantástico (2025) não é só uma peça do tabuleiro. É um filme completo. Tem começo, meio e fim. Não dá aquela velha sensação de “no próximo filme será melhor”. O melhor é agora, é isso aqui.
Cenas “entre e pós créditos”
Vamos começar pelo final. A cena “pós-créditos” é algo engraçado, okay. Mas a coisa fica séria mesmo na sequência “entre-créditos”, e só posso dizer que, em poucos segundos, a cena eleva o jogo e mostra que a Marvel finalmente lembrou de como se constrói um universo.