Os Vingadores – The Avengers (The Avengers, 2012) de Joss Whedon
Depois de preparar (muito bem) o público ao plantar pistas e conectar as histórias de Homem de Ferro (2008), O Incrível Hulk (2008), Homem de Ferro 2(2010), Thor (2011) até Capitão América (2011), a Marvel Studios finalmente nos apresenta o seu supra sumo da diversão: Os Vingadores – The Avengers (The Avengers, 2012) de Joss Whedon, ou os super super heróis, dos quadrinhos para o cinema.
O roteiro é simples. Ameaça, recrutamento e missão. O vilão mor é Loki (Tom Hiddleston, sensacional), e com pose de Rei, quer comandar a Terra. Nick Fury (Samuel L. Jackson, demais) reúne e instiga o grupo, mas a parte mais humana da história é protagonizada pelo agente Phil Coulson da S.H.I.E.L.D. (Clark Gregg, excelente).
Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e a agente Viúva Negra (Scarlett Johansson) se garantem em suas missões, sejam físicas ou em jogadas de inteligência (como no interrogatório com Loki conduzido pela Viúva Negra como uma conversa, de ótimo desfecho). Seriam personagens de apoio, mas se configuram com destaque em meio aos heróis, e com muito mérito aos dois ótimos atores.
A construção dos personagens não existe, pois já os conhecemos. E aí vem a jogada mais importante do roteiro de Joss Whedon: o de unir (não sem antes brigar um pouquinho) as diferentes personalidades dos heróis e formar um grupo que se complementa exatamente pelas suas diferenças.
Homem de Ferro/Tony Stark (Robert Downey Jr. que arrebenta, sempre) é o cara das tiradas, o herói fanfarrão. Mas porque que todas – TODAS – suas frases precisam ser engraçadinhas? Tipo ele não leva nada a sério? Ok, mas um ou outro diálogo seria bem vindo. Capitão América (Chris Evans, se sai bem) sempre aceita a missão e a lidera como um líder nato. Firme, forte e agüenta até a última pancada.
Depois de um Eric Bana existencial – em filme de 2003 e fora da saga Vingadores – e Edward Norton em clima de sessão da tarde, finalmente o Dr. Bruce Banner alia profundidade necessária com a fúria do Incrível Hulk. E sim, Hulk esmaga! E também diverte (como no confronto com Loki, o “Deus franzino” e no chega pra lá em Thor). É, indiscutivelmente, a melhor surpresa da aventura.
Eu lembro que Thor (Chris Hemsworth, ok) prometera à Natalie Portman que acharia um meio de voltar. Mas ao final do filme, não tinha como. Afinal, ele volta na cola de Loki? Ficou um buraco nesse ponto do roteiro. Thor é um Deus, mas é o que tem menos representatividade aqui. Sim, o vilão vem diretamente do seu filme solo, é seu irmão (adotivo) Loki, e talvez essa seja a única justificativa para sua presença. Tipo o dono da bola no futebol.
As estratégias de guerra e as infindáveis batalhas no terço final soam como um grande espetáculo visual. Começa repetitivo, mas quando os quatro heróis se entrosam, empolgante. E muito. Mesmo com os alienígenas ‘colunas vertebrais’, vulgo Chitauri não sejam exatamente vilões a altura. Mas são explorados como maior ameaça ao mundo. Estão mais para peões de Loki do que outra coisa.
A edição consegue um certo ritmo ao filme, que mesmo com quase duas horas e 20 minutos, equilibra alívios cômicos, tensão e ação. E a trilha acompanha a batida, principalmente ao emoldurar momentos épicos de batalhas com tons tão pulsantes. A produção é linda, os efeitos especiais funcionam, e os detalhes dos uniformes detonados após tanta porrada transmite vida.
Já os efeitos especificamente tridimensionais não agradam por completo. Tem seus (pouquíssimos) momentos, mas principalmente nas lutas finais o embate com os aliens deixa isso ainda pior. Se quiser dispensar o 3D, o faça, sem medo e confira em 2D, sem culpa alguma. A diversão ainda assim será completa e garantida. E nem pense em perder a cena em meio aos créditos do filme.
Mas sim, Os Vingadores é um filmaço de super heróis. Do nível de Superman 1 e 2 (1978; 1980), X-Men 2 (2003), mas ainda abaixo de Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008). Um grande feito para Joss Whedon, para Marvel Studios e, melhor para o público, que pode aplaudir, urrar, ver e rever os seus super heróis prediletos com tanta qualidade no cinema. Quando estreia o próximo?
INFORMAÇÕES ESPECIAIS
Filmografia do diretor Joss Whedon:
Escreveu o roteiro de Buffy – A Caça-Vampiros (1992) e criou a série de TV homônima; escreveu o roteiro de Toy Story (1995), Alien: A Ressurreição (1997), Titan (2000), Atlantis – O Reino Perdido (2001) e A Cabana na Floresta (2011); Criou as séries de TV Angel – O Caça Vampiros (1999~2004), Dollhouse (2009~2010) e Firefly (2002~2003). O último virou filme, que o mesmo escreveu e dirigiu, batizado de Serenity (2005); Em 2012 escreve e dirige mais uma adaptação de Shakespeare da peça Muito Barulho por Nada;