Produção da Lucasfilm, e indicada ao Emmy, a série “Andor”, acaba de estrear para sua aguardada conclusão, disponível exclusivamente no Disney+. A segunda temporada se passa enquanto o horizonte da guerra se aproxima e Cassian (Diego Luna) se torna uma peça-chave na Aliança Rebelde. Todos serão testados e, à medida que os riscos aumentam, as traições, os sacrifícios e as agendas conflitantes se tornarão profundas.
Repleta de intrigas políticas e perigos, a série é uma prequel de “Rogue One: Uma História Star Wars” (2016), que retratava um grupo heroico de rebeldes que roubam os planos da arma de destruição em massa do Império — a Estrela da Morte —, preparando o cenário para os eventos do filme original de 1977. “Andor” retrocede cinco anos em relação aos eventos de “Rogue One” para contar a história do herói do filme, Cassian Andor, e sua transformação de um ninguém desinteressado e cínico em um herói rebelde a caminho de um destino épico.
Conversamos com a estrela da série, Diego Luna, que repete seu papel de “Rogue One: Uma História Star Wars” (2016), e que retorna para a tão esperada temporada final. No papo, um olhar sobre a trajetória da série, a parceria com o criador do show, Tony Gilroy, e o questões muito reais, como rebelião e revolução.
CLUBE CINEMA:
Então, eu só quero saber, Andor é uma série tão pouco convencional, e você é muito ativo como ator e produtor executivo. O que te deixou apaixonado, por que você estava tão apaixonado por este projeto?
DIEGO LUNA:
E eu diria que sou apaixonado por este projeto porque conseguimos uma ideia que tivemos há seis anos de contar uma história muito honesta, muito realista, tão realista quanto possível em uma galáxia muito, muito distante, uma história realista sobre pessoas que querem que a mudança aconteça, sabe? O que precisa acontecer para encontrar força em uma comunidade, sabe? A força para organizar um movimento, uma rebelião, uma revolução. O que precisa acontecer para uma revolução explodir, sabe sabe. Essa era a ideia. E acho que conseguimos.
E conseguimos porque temos um ótimo material escrito por Tony Gilroy. Temos um ótimo líder como Tony (Gilroy). Mas também reunimos uma equipe de atores, designers e técnicos incríveis por trás deste projeto. E imaginamos algo grande, e é bem grande, sabe? E chegamos ao fim sem precisar mudar de ideia, sem precisar abandonar nossas expectativas, e estou muito orgulhoso disso, então sim.
CLUBE CINEMA:
Projetos de Star Wars são conhecidos por se passarem em uma galáxia muito, muito distante, mas abordam questões muito reais. O que você acha que as pessoas podem aprender com Andor em 2025, e você acha que é uma coincidência que em 2025 essa série seja sobre rebelião?
DIEGO LUNA:
Tony Gilroy é um escritor muito honesto. Ele escreve sobre o que lhe importa, o que o preocupa, sabe? E desde o começo, mas isso aconteceu anos atrás, tipo seis ou sete anos atrás, queríamos contar a história por trás desse enorme sacrifício que alguns rebeldes fazem em Rogue One (2016). E queríamos contar a história do que leva alguém até lá. O que te leva ao ponto em que você está disposto a sacrificar tudo por uma causa. Era isso que tínhamos em mente, certo?
O que está por trás da revolução e qual é o clima social, o clima político, sabe? O que está por trás desse sacrifício final? E então, obviamente, a escrita dele reflete o mundo em que ele vive. Toda a história recente que ele conhece e estudou. Ele estuda, quer dizer, ele é muito, muito bem estudado. Ele é muito político. Ele é um homem muito inteligente, então tudo isso vem à tona, certo? E há referências do passado, do passado dele, do meu passado, de todos, sabe?
Cada um que vem aqui traz seu contexto. A única coisa em que não somos bons é prever, sabe? Nunca nos sentamos para dizer, tipo, onde estará o mundo em 2025, então isso é relevante naquela época. Queríamos tornar isso relevante para nós enquanto fazíamos, sabe? E qual é o problema conosco? Que não aprendemos? Que tendemos a cometer os mesmos erros repetidamente. Parece que a história se repete, sabe? Parece que não aprendemos. Infelizmente, essa série será relevante hoje, mas provavelmente também daqui a 20 e 50 anos.
CLUBE CINEMA:
Qual foi a primeira coisa que te atraiu em Star Wars? Quer dizer, qual foi aquele brinquedo ou filme que te prendeu à galáxia de Star Wars? E como é para você, anos depois, estar no universo de Star Wars?
DIEGO LUNA:
Vou te contar a primeira coisa, eu tinha, acho que cinco, seis anos. Todos os meus primos eram mais velhos que eu. Eu sou o mais novo. E todos eles estavam brincando com sabres de luz e estavam brincando com um mundo de fantasia, sabe, ao qual eu só queria pertencer. Então, eu estava, tipo, um pouco atrasado para aqueles primeiros filmes, mas tenho certeza de que a primeira coisa que vi foi Nova Esperança e comecei daquele começo, sabe, tentando me sentir parte do mundo. E então Darth Vader entrou nos meus pesadelos, sabe.
Então, anos depois eu estou em Rogue One (2016), que é uma história sobre pessoas comuns fazendo coisas extraordinárias. E esse filme foi bem recebido e o público gostou muito. Por isso a Lucas Films disse: “Bem, vamos fazer uma série longa sobre essas pessoas comuns”, e chegamos em “Andor.”